quarta-feira, 22 de julho de 2015

O VÍCIO DA PEDRA

Acabei de postar um texto sobre vícios e manter a consciência perante a vida. Então, meu tio leu e comentou:

"Vícios são, realmente, grilhões na nossa vida. Li em algum lugar que, às vezes, encontramos pedras nos nossos caminhos e que, em alguns casos, nos afeiçoamos a essas pedras!"

Essas palavras me levaram até a experiência de imersão espiritual tântrica que tive há pouco tempo.

Vamos falar sobre pedras!

Quando resolvi fazer a imersão tântrica, não sabia direito do que se tratava, na verdade, já havia lido tudo que podia a respeito do assunto, mas mesmo assim, não conseguia entender completamente o que estava por vir. Olha aí novamente as expectativas nos furtando do agora...

Quando chegamos lá, o primeiro assunto do terapeuta foi sobre expectativas. Ele perguntava quais as expectativas havíamos suprido sobre o encontro.

Eu respondi que estava cheia delas.
       
Ele disse pra mim: viva o agora (não entendi naquele momento exatamente o que ele dizia).

Lá, nós não comeríamos carnes e nem usaríamos nenhum tipo de droga como álcool ou cigarro.

Ficamos lá por 4 dias, eu estava em paz, tão em paz que me permiti viver um dia de cada vez. Não senti nenhuma falta do cigarro.

Como pode?!?!

O próximo assunto seria sobre a pedra.

Então, o terapeuta pediu que nós pensássemos sobre pessoas com as quais temos problemas, pessoas as quais não perdoamos,  pessoas pelas quais nutrimos raiva, mágoa, ódio e solicitou que pensando nessas pessoas, cada um de nós procurasse e pegasse uma pedra para chamar de nossa após o almoço.
Pediu também que ficassemos com essa pedra 6 ou 8 horas direto (não me lembro bem o tempo).

Como assim, direto?

Nós iríamos tomar banho com a pedra,  iríamos comer com a pedra, iríamos fazer a massagem com a pedra,  iríamos dormir com a pedra, nós iríamos viver com aquela pedra.    

Acabado o horário de almoço, lá vou eu em busca de minha pedra.

A idéia era pegar a pedra que você se identificasse, a pedra que chamasse sua atenção, você precisava ter empatia pela pedra.

O local era lindo, um sitio maravilhoso onde ouviamos a natureza vivendo.

Caminhei, caminhei... cheguei a um círculo, imaginei que ali era o lugar onde as mulheres faziam as danças circulares... olhei para o lado e lá estava minha pedra. Bem redondinha, pensei: é claro que a pessoa tem tudo a ver com a pedra.

Me abaixei e peguei a pedra, imediatamente ela esfarelou na minha mão. Achei estranho... a pedra esfarelou?

Algo soava estranho, resolvi cheirar minha mão. .. Era cocô!

Sim, cocô porra, cocô de algum bichinho... fiquei muito puta da vida!

A pessoa me manda pegar uma Pedra pra lembrar de alguém que tenho mágoa e quando vou pegar a pedra que escolhi ela vira cocô?

É a vida te trolando e sorrindo na tua cara.

É o simbolismo marcante que te mostra que tudo faz sentindo e nada está no lugar errado.

 -Nem eu naquele momento- de cocô na mão.

Fiquei injuriada e disse que não procuraria mais nenhuma pedra.

Quando voltei e contei para todos que minha pedra era cocô todos riram e ví a pedra de uma querida anja que estava por ali, ví que a pedra dela mais parecia um tijolo.

Achei então que meu cocô nem era tudo isso perto do tijolo dela.

Voltei e peguei minha pedra, no meu imaginario, ela tinha um formato de arma.

Pois bem, fomos eu e a Pedra tomar água, escovar os dentes... Logo depois, eu e a Pedra fomos conversar com as pessoas, fomos brincar com as crianças que estavam por lá e resolvi ir dormir, com a pedra...

E quem disse que eu dormi?

        -pensamentos-

O terapeuta falou para segurar a pedra na mão, se eu colocar a mão com a pedra em cima do peito e relaxar para dormir será que vou estar infringindo a terapia ou só pode segurar mesmo?

Caraca quero colocar essa raiva em cima do meu peito? Não, né Marilia?! (Ingenuamente como se a pedra já não estivesse dentro dele)

Vou colocar em cima da minha barriga, puxa vida, vou colocar a pedra onde eu gero coisas boas? Perto do meu útero? Não, né Marília?!  

Onde diabo vou colocar essa droga dessa pedra com essa mão? (Nesse momento não era mais a mão com a pedra, a pedra já fazia parte da mão.)

O tempo passou e eu segui pensando na pedra, na pessoa, na mão, na mágoa, na raiva e tudo aquilo foi se tornando parte de mim, adormeci bem leve e logo levantei para tomar banho com a pedra.

Eu realmente passei todo o tempo determinado com a pedra.

O meu companheiro -Heitor- quando estava me fazendo massagem ficou com tanta raiva que jogou a pedra longe. Ele disse que não aguentava mais fazer massagem pensando na "pedra" da vida dele.

Em algum momento eu também tirei da mão e coloquei ela dentro do meu bolso pois precisava me concentrar na massagem... outras pessoas colocaram dentro da blusa, em cima do peito...

Por fim, quando o tempo terminou o terapeuta pediu para que nós refletissemos a cerca de tudo o que vivemos com aquela "pedra".

Pediu que tentássemos perdoar a pedra e a nós mesmos que éramos parte da pedra, já que a pedra era parte de nós.

Naquele momento, quem quisesse  já poderia se desfazer da pedra...
                 
E quem disse que eu queria me desfazer da minha pedra?

Algumas pessoas jogaram no mato, outras guardaram no bolso.

A minha foi guardada para quando eu estiver pronta, entregar para a Pedra, ops, a pessoa em quem pensei.

A do heitor está no carro dele até hoje.

E você?

O que você fez com a sua pedra?

Esse vício já se tornou parte de você?

"Vícios são, realmente, grilhões na nossa vida. Li em algum lugar que, às vezes, encontramos pedras nos nossos caminhos e que, em alguns casos, nos afeiçoamos a essas pedras! Poxa, como complicamos as coisas."

Esse texto vai especialmente para a pessoa que me inspirou.

Obrigada meu Tio Rônie!

Lambeijos!

O dia da preparação - vamos viver conscientes

Sei que estou um pouco atrasada, mas não parei de escrever. Meu celular teu um memo (incrivel kkk) que eu escrevo tudo e depois passo pra cá.


Hoje dia 17.07.2015 O DIA

Ontem quando acordei tive uma grande vontade de parar de fumar,  mas já sabia que aquela não ia ser a hora. Estava no período que chamamos de fase de contemplação, eu queria parar de fumar, mas estava sentindo pena de parar de fumar... olha que loucura. O Drauzio Varella explica bem direitinho aqui nesse link.

http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/para-parar-de-fumar/

Mas tudo bem, ontem foi como se chama:

                     O dia da preparação.

Baixei app de celular, entrei em grupos de zap, em grupos de facebook, li uns 500 textos sobre o vício do fumo, sobre todo o mal que ele fez, sobre a dignidade que com o tempo ele tira de você e por fim fiz a minha despedida da vida de fumante, terminando a noite liNdamente conversando com minha irmã Nathália sobre inúmeras pequenas grandezas, entre elas o quanto o cigarro nos furta a consciência, o quanto ele nos toma o momento do agora.

Ela disse que uma vez conversando com o namorado dela, ele falou: Nathalia, não atrele cigarro a emoções.

Nosssa, foi como um bummm!! Essa frase fez tanto sentindo para mim.

TODO cigarro que coloco na minha boca é atrelado a mil emoções. Na verdade, as emoções me levam a ele, acho que os dois se levam.

Nessa despedida ouvi sobre estar presente, consciente,  deixar os pensamentos passarem e preservar o momento agora, respirar, aprender a respirar da forma correta, estar atento, sem sofrer com o que passou ou está por vir.

Acalme sua mente, desfrute do agora!!!

Como estou fazendo nesse momento, escrevendo e tentando passar uma bruta vontade de fumar, mas deixando claro para minha mente que sei tudo que se passa e vivendo consciente o dissabor do vício.

Estou vivendo o momento e me desligando das cobranças e de todo o resto que me leve para o vício.

Não quero mais o cigarro, não quero mais vícios, minha tia falou no facebook que ela optou por uma vida saudável, sempre tive muito orgulho dos meus tios, sempre os vejo muito determinados, eles sempre traçam as metas deles e seguem realizando.

Mas agora eu decidi: SIM, eu também quero uma vida de saúde.

Não quero ser a velhinha acamada, entubada e toda lascada (não por esse motivo).

Não quero ser a jovem que não sai, que cansa, que fede a cigarro (na verdade eu já fui essa jovem)... "(

Agora quero ser uma mulher, balzaquiana (aprendi esse termo com meu pai rsrsrs), bonita, cheirosa, cheia de vitalidade, sem dores.

Sei, sinto que o cigarro me tira isso.

Por isso digo a vocês: estou há 8 horas sem fumar.

 Os relógios da vida já estão rodando, já me sinto ganhando vida!!!!!

Sei que é difícil seguir consciente na vida.

Seguir sem se furtar, sem se entorpecer, sem se inebriar. E difícil seguir SENTINDO. As vezes tudo que queremos é uma droga para nos "consolar", para nos colocar em estado de torpor, seja ela cigarro, açúcar, sal, cocaina, ansiolíticos,  álcool, antidepressivos. .. seja lícita ou ilícita.

Pessoal, vamos tentar reaprender a se deixar sentir. A vida também é feita disso!

Lambeijos agateijados da felinista que vos fala.